EXPOSIÇÃO
EU E MINHA MÁSCARA
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Pinturas da artista plástica Nanja sobre rostos de modelos vivos fotografados pelo arquiteto e fotógrafo Leo Brasileiro.
POR LENI DAVID
Artistas renomados escreveram sobre a arte de Nanja. E a mim cabe falar do sentimento que experimento face à sua obra. Quando um artista cria, a sensibilidade é mestra; soberana, ela dissemina pinceladas cromáticas e formas inusitadas para o prazer dos olhos e do espírito. Nanja considera o seu trabalho “um estado de alma”, ou como “uma forma de ver o mundo” e, talvez por essa razão, as telas cederam espaço para o corpo. A face humana e a textura da pele tornaram-se matéria-prima da artista. Rostos pintados, suaves, deformados, ou simplesmente angelicais, transformam-se em máscaras humanas impregnadas de novos matizes e de novas expressões; elas chocam ou enternecem, amedrontam ou surpreendem. A pintura - tão velha quanto o mundo - e a fotografia, uma arte moderna, representam maneiras de ver e sentir o universo. As máscaras humanas criadas por Nanja e capturadas pelo olhar mágico de Leo Brasileiro são obras de arte em sua mais pura essência, por conceberem o inusitado, pela carga emotiva que deflagram, por eternizarem o efêmero.
Artistas renomados escreveram sobre a arte de Nanja. E a mim cabe falar do sentimento que experimento face à sua obra. Quando um artista cria, a sensibilidade é mestra; soberana, ela dissemina pinceladas cromáticas e formas inusitadas para o prazer dos olhos e do espírito. Nanja considera o seu trabalho “um estado de alma”, ou como “uma forma de ver o mundo” e, talvez por essa razão, as telas cederam espaço para o corpo. A face humana e a textura da pele tornaram-se matéria-prima da artista. Rostos pintados, suaves, deformados, ou simplesmente angelicais, transformam-se em máscaras humanas impregnadas de novos matizes e de novas expressões; elas chocam ou enternecem, amedrontam ou surpreendem. A pintura - tão velha quanto o mundo - e a fotografia, uma arte moderna, representam maneiras de ver e sentir o universo. As máscaras humanas criadas por Nanja e capturadas pelo olhar mágico de Leo Brasileiro são obras de arte em sua mais pura essência, por conceberem o inusitado, pela carga emotiva que deflagram, por eternizarem o efêmero.
POR VALDOMIRO SANTANA
Se o imaginário e o desconhecido não fossem mobilizados, como são, nas artes plásticas, no circo, no balé, na fotografia, no cinema, nas mídias digitais; se não nos assaltassem o olho, o que seriam? Matéria amorfa, chata, sem graça. Ora, o que Nanja faz na série de pinturas sobre rostos Eu e minha máscara é desenquadrar o que não é mais a parte anterior da cabeça, limitada pelos cabelos, orelhas e parte inferior do queixo. Isto que chamamos cara, face, fisionomia, semblante, é o quê, afinal, quando nos libertamos do familiar, do tédio em que se transformou o arquétipo “rosto”, de tudo que é maquilagem, dos clichês de terror, charme, euforia, estado zen, sono e o que mais quiserem, até mesmo do que denominamos “Eu” e “máscara”, como se fossem distintos? Mapa. Uma superfície: linhas, traços, rugas, formato comprido, quadrado, triangular etc. Mapa, sim, porque ao nos libertar do que nos remete à imagem do conhecido, a cabeça está compreendida no corpo, mas não o rosto. Mapa, ainda que aplicado sobre um volume, envolvendo-o, ainda que cercando e margeando cavidades que não existem mais senão como buracos. O que temos então? Rostos-paisagens. Dupla audácia: a de Nanja e a de Leo Brasileiro, o fotógrafo. Em cada mapa, um caos, um caosmos. Sim, porque não há rosto que não envolva uma paisagem desconhecida, inexplorada. Sabem o que fiz diante desses rostos? Dei-lhes um fundo musical. Roubei e colei toda a trilha sonora que Nino Rota compôs para a última sequência de Oito e meio, de Fellini. Improvisei, experimentei. A arte de Nanja e Leo ficou ainda mais sensacional. Mas isso não é uma receita, um modelo. Inventem uma recepção para a audácia dos dois.
Se o imaginário e o desconhecido não fossem mobilizados, como são, nas artes plásticas, no circo, no balé, na fotografia, no cinema, nas mídias digitais; se não nos assaltassem o olho, o que seriam? Matéria amorfa, chata, sem graça. Ora, o que Nanja faz na série de pinturas sobre rostos Eu e minha máscara é desenquadrar o que não é mais a parte anterior da cabeça, limitada pelos cabelos, orelhas e parte inferior do queixo. Isto que chamamos cara, face, fisionomia, semblante, é o quê, afinal, quando nos libertamos do familiar, do tédio em que se transformou o arquétipo “rosto”, de tudo que é maquilagem, dos clichês de terror, charme, euforia, estado zen, sono e o que mais quiserem, até mesmo do que denominamos “Eu” e “máscara”, como se fossem distintos? Mapa. Uma superfície: linhas, traços, rugas, formato comprido, quadrado, triangular etc. Mapa, sim, porque ao nos libertar do que nos remete à imagem do conhecido, a cabeça está compreendida no corpo, mas não o rosto. Mapa, ainda que aplicado sobre um volume, envolvendo-o, ainda que cercando e margeando cavidades que não existem mais senão como buracos. O que temos então? Rostos-paisagens. Dupla audácia: a de Nanja e a de Leo Brasileiro, o fotógrafo. Em cada mapa, um caos, um caosmos. Sim, porque não há rosto que não envolva uma paisagem desconhecida, inexplorada. Sabem o que fiz diante desses rostos? Dei-lhes um fundo musical. Roubei e colei toda a trilha sonora que Nino Rota compôs para a última sequência de Oito e meio, de Fellini. Improvisei, experimentei. A arte de Nanja e Leo ficou ainda mais sensacional. Mas isso não é uma receita, um modelo. Inventem uma recepção para a audácia dos dois.
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